PARA O AMOR SEM SUBSTÂNCIA
Ao rigor das saudades carrascais,
decifrando os amores sucumbidos,
vestimos carapaças de iludidos
no transitar da vida tão fugaz.
Por que valorizar amor rompido,
desejando o ser fútil, o ser sagaz,
perder tempo no que não satisfaz,
se à frente nosso amor será atendido?
A força que supera nossa escolha,
trazendo-nos sinérgicos anseios,
nasce do caos vulcânico do instinto!
Não ceder, como cede ao vento a folha;
ser rijo, relutante e sem rodeios,
para escapar da vida de absintos!
(Antonio Kleber)
10.18.2006
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